Analisando-a no plano fónico, a poesia não é uma linguagem comum que serve somente para significar. Consegue criar um conjunto de sons agradáveis e melodiosos através da rima, do ritmo e de várias figuras de estilo como a repetição que é frequentemente utilizada.
É fato. O espaço da poesia é limitadíssimo. A mídia tem seus ícones. Grande parte das livrarias acaba refém dessas escolhas e as prateleiras ostentam sempre os mesmos poetas, sem se abrir para outros autores. O desapontamento dos poetas é grande. Mas eles, em sua maioria, nunca desistem e procuram divulgar seus poemas na Internet, grande aliada de quem quer visibilidade e aplauso. Mas também não desistem de publicar seus poemas, considerando sempre que estão fazendo amigos no meio literário a partir do seu trabalho, e não o seu trabalho a partir de amigos.
O chamado descaso da mídia e das grandes editoras levou o jornalista e poeta catarinense a escrever Poesia não vende, livro que, segundo seu autor, nasceu para denunciar e questionar o descaso público que a poesia sofreu nas últimas décadas e protagonizar uma verdadeira revolução literária junto à sociedade. A idéia, segundo ele, é fazer com que a poesia volte a ser popularizada e valorizada como antigamente. Rodrigo sugere ainda a utilização do conceito de letramento como uma das soluções para que a poesia cumpra o seu papel social e ajude a gerar um Brasil mais poético e, conseqüentemente, mais culto, com pessoas mais conscientes do seu papel social.
Ternura
Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
e ncontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.
Vinícius de MoraesEu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
e ncontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.
Amor em paz
Eu amei
Eu amei, ai de mim, muito mais
Do que devia amar
E chorei
Ao sentir que iria sofrer
E me desesperar
Foi então
Que da minha infinita tristeza
Aconteceu você
Encontrei em você a razão de viver
E de amar em paz
E não sofrer mais
Nunca mais
Porque o amor é a coisa mais triste
Quando se desfaz
Eu amei
Eu amei, ai de mim, muito mais
Do que devia amar
E chorei
Ao sentir que iria sofrer
E me desesperar
Foi então
Que da minha infinita tristeza
Aconteceu você
Encontrei em você a razão de viver
E de amar em paz
E não sofrer mais
Nunca mais
Porque o amor é a coisa mais triste
Quando se desfaz
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